quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A PRODUÇÃO DE TEXTO EM SALA DE AULA

Os textos redigidos em classe precisam de um destinatário

"Escreva um texto sobre a primavera." Quem se depara com uma proposta como essa imediatamente deveria se fazer algumas perguntas. Para quê? Que tipo de escrita será essa? Quem vai lê-la? Certas informações precisam estar claras para que se saiba por onde começar um texto e se possa avaliar se ele condiz com o que foi pedido. Nas pesquisas didáticas de práticas de linguagem, essas delimitações denominam-se condições didáticas de produção textual. No que se refere ao exemplo citado, fica difícil responder às perguntas, já que esse tipo de redação não existe fora da escola, ou seja, não faz parte de nenhum gênero.

De acordo com Bernard Schneuwly e Joaquim Dolz, o trabalho com um gênero em sala de aula é o resultado de uma decisão didática que visa proporcionar ao aluno conhecê-lo melhor, apreciá-lo ou compreendê-lo para que ele se torne capaz de produzi-lo na escola ou fora dela. No artigo Os Gêneros Escolares - Das Práticas de Linguagem aos Objetos de Ensino, os pesquisadores suíços citam ainda como objetivo desse trabalho desenvolver capacidades transferíveis para outros gêneros.

Para que a criança possa encontrar soluções para sua produção, ela precisa ter um amplo repertório de leituras. Essa possibilidade foi dada à turma de 9º ano da professora Maria Teresa Tedesco, do Centro de Educação e Humanidades Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira - conhecido como Colégio de Aplicação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Procurando desenvolver a leitura crítica de textos jornalísticos e o conhecimento das estruturas argumentativas na produção textual, ela propôs uma atividade permanente: a cada semana, um grupo elegia uma notícia e expunha à turma a forma como ela tinha sido tratada nos jornais. Depois, seguia-se um debate sobre o tema ou a maneira como as reportagens tinham sido veiculadas.

Paralelamente, os estudantes tiveram contato com textos de finalidades comunicativas diversas no jornal, como cartas de leitores, editoriais, artigos opinativos e horóscopo. "O objetivo era que eles analisassem os materiais, refletissem sobre os propósitos de cada um e adquirissem um repertório discursivo e linguístico", conta Maria Teresa, que lançou um desafio: produzir um jornal mural.
A proposta era trabalhar com textos opinativos, como os editoriais. Para que a escrita ganhasse sentido, ela avisou que o jornal seria afixado no corredor e que toda a comunidade escolar teria acesso a ele. Os assuntos escolhidos tratavam das principais notícias do momento, como o surto de dengue no Rio de Janeiro e a discussão sobre a maioridade penal. Com as características do gênero já discutidas e frescas na memória, todos passaram à produção individual.

A primeira versão foi lida pela professora. "Sempre havia observações a fazer, mas eu deixava que os próprios meninos ajudassem a identificar as fragilidades", diz Maria Teresa. Divididos em pequenos grupos, os alunos revisaram a produção de um colega, escrevendo um bilhete para o autor com sugestões e avaliando se ela estava adequada para publicação. Eram comuns comentários como "argumento fraco", "pouco claro" e "falta conclusão", demonstrando o repertório adquirido com a leitura dos modelos.

"Envolver estudantes de 6º a 9º ano na produção textual é um grande desafio", ressalta Roxane Rojo, da Universidade Estadual de Campinas. "Muitas vezes, eles tiveram de produzir textos sem função comunicativa durante a escolaridade inicial e, por acreditarem que escrever é uma chatice, são mais resistentes." Atenta, Maria Teresa soube driblar esse problema. Percebendo que a turma andava inquieta com a proibição por parte da direção do uso de short entre as meninas, a professora fez disso tema de um editorial do jornal mural - a produção foi uma das melhores propostas do projeto.

"Para que alguém se coloque na posição de escritor, é preciso que sua produção tenha circulação garantida e leitores de verdade", diz Roxane. E todos saberiam a opinião do aluno sobre a questão, inclusive a diretoria. "Só assim ele assume responsabilidade pela comunicação de seu pensamento e se coloca na posição do leitor, antecipando como ele vai interpretá- lo." A argumentação da garotada foi tão bem estruturada que a diretoria resolveu voltar atrás e liberar mais uma vez o uso da roupa entre as garotas.

A criação de condições didáticas nas propostas para as turmas de 1º a 5º ano segue os mesmos preceitos utilizados pela professora Maria Teresa. "Em qualquer série, como na vida, produzir um texto é resolver um problema", ensina Telma Ferraz Leal. "Mas para isso é preciso compreender quais são os elementos principais desse problema."

Revisão vai além da ortografia e foca os propósitos do texto

Produzir textos é um processo que envolve diferentes etapas: planejar, escrever, revisar e reescrever. Esses comportamentos escritores são os conteúdos fundamentais da produção escrita. A revisão não consiste em corrigir apenas erros ortográficos e gramaticais, como se fazia antes, mas cuidar para que o texto cumpra sua finalidade comunicativa. "Deve-se olhar para a produção dos estudantes e identificar o que provoca estranhamento no leitor dentro dos usos sociais que ela terá", explica Fernanda Liberali.

Com a ajuda do professor, as turmas aprendem a analisar se ideias e recursos utilizados foram eficazes e de que forma o material pode ser melhorado. A sala de 3º ano de Ana Clara Bin, na Escola da Vila, em São Paulo, avançou muito com um trabalho sistemático de revisão. Por um semestre, todos se dedicaram a um projeto sobre a história das famílias, que culminou na publicação de um livro, distribuído também para os pais. Dentro desse contexto, Ana Clara propôs a leitura de contos em que escritores narram histórias da própria infância.

Os estudantes se envolveram na reescrita de um dos contos, narrado em primeira pessoa. Eles tiveram de reescrevê- lo na perspectiva de um observador - ou seja, em terceira pessoa. A segunda missão foi ainda mais desafiadora: contar uma história da infância dos pais. Para isso, cada um entrevistou familiares, anotou as informações colhidas em forma de tópicos e colocou tudo no papel.

Ana Clara leu os trabalhos e elegeu alguns pontos para discutir. "O mais comum era encontrar só o relato de um fato", diz. "Recorremos, então, aos contos lidos para saber que informações e detalhes tornavam a história interessante e como organizá-los para dar emoção." Cada um releu seu conto, realizou outra entrevista com o parente-personagem e produziu uma segunda versão.

Tiveram início aí diferentes formas de revisão - análise coletiva de uma produção na lousa, revisão individual com base em discussões com o grupo e revisões em duplas - realizadas dias depois para que houvesse distanciamento em relação ao trabalho. A primeira proposta foi a "revisão de ouvido". Para realizá-la, Ana Clara leu em voz alta um dos contos para a turma, que identificou a omissão de palavras e informações. A professora selecionou alguns aspectos a enfocar na revisão: ortografia, gramática e pontuação. "Não é possível abordar de uma só vez todos os problemas que surgem", completa Telma.
Quando a classe de Ana Clara se dividiu em duplas, um de seus propósitos era que uns dessem sugestões aos outros. A pesquisadora argentina em didática Mirta Castedo é defensora desse tipo de proposta. Para ela, as situações de revisão em grupo desenvolvem a reflexão sobre o que foi produzido por meio justamente da troca de opiniões e críticas. "Revisar o que os colegas fazem é interessante, pois o aluno se coloca no lugar de leitor", emenda Telma. "Quando volta para a própria produção e faz a revisão, a criança tem mais condições de criar distanciamento dela e enxergar fragilidades."
Um escritor proficiente, no entanto, não faz a revisão só no fim do trabalho. Durante a escrita, é comum reler o trecho já produzido e verificar se ele está adequado aos objetivos e às ideias que tinha intenção de comunicar - só então planeja-se a continuação. E isso é feito por todo escritor profissional.

A revisão em processo e a final são passos fundamentais para conseguir de fato uma boa escrita. Nesse sentido, a maneira como você escreve e revisa na lousa, por exemplo, pode colaborar para que a criança o tome como modelo e se familiarize com o procedimento. Sobre o assunto, Mirta Castedo escreve em sua tese de doutorado: "Os bons escritores adultos (...) são pessoas que pensam sobre o que vão escrever, colocam em palavras e voltam sobre o já produzido para julgar sua adequação. Mas, acima de tudo, não realizam as três ações (planejar, escrever e revisar) de maneira sucessiva: vão e voltam de umas a outras, desenvolvendo um complexo processo de transformação de seus conhecimentos em um texto".



Ser autor exige pensar no enredo e na estrutura


O terceiro aspecto fundamental no trabalho de produção textual é garantir que a criança ganhe condições de pensar no todo. Do enredo à forma de estruturar os elementos no papel: é preciso aprender a dar conta de tudo para atingir o leitor. Esse processo denomina-se construção de um percurso de autoria e se adquire com tempo, prática e reflexão.


Os estudos em didática das práticas de linguagem fizeram cair por terra o pensamento de que a redação com tema livre estimula a criatividade. Hoje sabe-se que depois da alfabetização há ainda uma longa lista de aprendizagens. Foi considerando a complexidade desse processo que Edileuza Gomes dos Santos, professora da EM de Santo Amaro, no Recife, desenvolveu um projeto de produção de fábulas com a 3ª série.

Ela deu início ao trabalho investindo na ampliação do repertório dentro desse gênero literário. Só assim foi possível observar regularidades na estrutura discursiva e linguística, como o fato de que os animais são os protagonistas. "Escolhi esse gênero porque ele tem começo, meio e fim bem marcados, algo que eu queria desenvolver na produção da garotada."

A primeira proposta foi o reconto oral de uma fábula conhecida. "Isso envolve organizar ideias e pode ser uma forma de planejar a escrita", endossa Patricia Corsino, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Quando já dominamos todas as informações de uma narrativa, podemos focar apenas na forma de expor os elementos - mas esse é um grande desafio no início da escolaridade.

Na turma de Edileuza, as propostas seguintes foram a reescrita individual e a produção de versões de fábulas conhecidas com modificações dos personagens ou do cenário. Aos poucos, todos ganharam condições de inventar situações. A professora percebeu que a turma não entendia bem o sentido da moral da história. Pediu, então, uma pesquisa sobre provérbios e seu uso cotidiano.

Com essa compreensão e um repertório de ditados populares, Edileuza sugeriu a criação de uma fábula individual. Ela discutiu com o grupo que elas geralmente têm como protagonistas inimigos tradicionais (cão e gato ou gato e rato, por exemplo). Estava colocada a primeira restrição para a produção. Em seguida, a classe relembrou alguns provérbios que poderiam ser escolhidos como moral nas histórias criadas.

Desde o início, todos sabiam que as produções seriam lidas por estudantes de outra escola, o que serviu de estímulo para bolar tramas envolventes. "Há uma diferença entre escrever textos com autonomia - obedecendo à estrutura do gênero, sem problemas ortográficos ou de coerência - e se tornar autor", diz Patrícia Corsino. "No primeiro caso, basta aprender as características do gênero e conhecer o enredo, por exemplo. No segundo, é preciso desenvolver ideias." Para chegar lá, a interação com professores e colegas e o acesso a um repertório literário são fundamentais.

Do 6º ao 9º ano, o processo de construção da autoria pode exigir desafios que sejam cada vez mais complexos: a elaboração de tensões na narrativa ou a participação em debates para desenvolver a argumentação, como fez a professora Maria Teresa, do Rio de Janeiro. "A reescrita, primeiro passo para a construção da autoria, pode vir com propostas de produção de paródias, no caso dos maiores, que exigem mais elaboração por parte das turmas", diz Roxane Rojo. Uma boa forma de fazer circular textos nessa fase são os meios digitais, como blogs e a própria página do colégio na internet. Os jovens podem se responsabilizar por todas as etapas de produção, inclusive pela publicação, o que os estimula a aprimorar a escrita. Levar os estudantes a se expressar cada vez melhor, afinal, deve ser o objetivo de todo professor.



Fonte adaptada: http://acervo.novaescola.org.br/

terça-feira, 28 de junho de 2016

“A SALA DE AULA É UM LUGAR PARA OUVIR, MUITO MAIS DO QUE FALAR”, AFIRMA EDUCADOR
O professor cearense Leunam Gomes compartilhou o primeiro capítulo de seu livro "Professor com Prazer", em que escreve sobre a importância de se tornar a sala de aula um ambiente acolhedor.
A sala de aula é o local mais importante da escola. É o espaço de comunhão. Um lugar sagrado. Tudo mais existe em função da sala de aula. A biblioteca, o refeitório, a cantina, as áreas de recreação, as quadras de esporte, as salas de multimeios, a secretaria, a direção, tudo está a serviço do sucesso na sala de aula.
As crianças e suas famílias colocam todas as esperanças na sala de aula. É ali que tudo acontece. Uma criança pode ter na sala de aula o começo de seu sucesso. Mas, lamentavelmente, pode ter ali um local para decepções consigo mesma, com os professores, com os colegas, com a vida.
Todos nós adultos, que tivemos chance de estudar, acumulamos histórias e mais histórias a contar de nossas salas de aula. Se um aluno é valorizado na sala de aula, isto elevará a sua autoestima e ele aprenderá qualquer disciplina.
E no âmbito da sala de aula, o mais importante é como acontecem as relações entre professores e os alunos, e dos alunos entre si. É o prazer da convivência que vai motivá-los a retornarem à escola. É importante o ambiente da sala de aula: que seja limpo, que seja bem decorado, que seja bem claro, que seja atraente. Mas os alunos voltarão à sala de aula pela certeza de que serão valorizados.
Ali deve ser um local especial para construir a felicidade, coletivamente. Os alunos querem ser respeitados em suas histórias, suas ideias, seus conhecimentos. Jamais querem ser, como ninguém quer, desqualificados, humilhados, desvalorizados, subestimados.
“NA SALA DE AULA
É QUE SE FORMA UM CIDADÃO
NA SALA DE AULA
QUE SE MUDA UMA NAÇÃO”
(LECI BRANDÃO)

A realidade mostra que a grande maioria das pessoas quer aprender e gosta de aprender. No entanto, parece paradoxal, ninguém gosta de “ser ensinado”, especialmente quando os seus conhecimentos são desvalorizados e os ensinamentos surgem como uma imposição.
Quem dirige carro sabe o quanto é irritante alguém ficar dizendo: “o sinal vai abrir”; “cuidado, aquela pessoa vai atravessar…”; “parece que tem um animal na estrada”; “é bom dar sinal que vai dobrar…” E assim por diante. São formas explícitas de demonstrar descrença e insegurança, em relação a quem está dirigindo.
A nossa escola tem formas tradicionais de demonstrar desconfiança nos alunos, camufladas sob formas de ajudar. O professor mostra uma caneta e já diz: “Isto é uma Ca…” Já pressupõe a incapacidade dos alunos e, por precaução, diz o início da palavra. Ora, isto é um desrespeito. Por que não esperar que os alunos digam o que pensam? Se os alunos dão respostas diferentes daquela que o professor espera, é uma boa oportunidade para um diálogo, em que cada um exporá o seu pensamento sobre aquele objeto. Mesmo que as respostas dos alunos pareçam absurdas, cada um terá um motivo para dizê-las. E devem ser respeitados em suas concepções. Um aluno que tiver a sua palavra bloqueada logo nas primeiras aulas, dificilmente terá espontaneidade para participar em outros momentos.
A sala de aula é o local ideal para começar a exercitar a cidadania, desde os primeiros até os últimos anos, com o exercício cotidiano da participação, da vivência e da convivência.
Numa sala de aula de um curso de graduação, em História, numa cidade do interior do Ceará, um aluno, no primeiro dia de aula, ousou fazer uma pergunta ao professor, relacionada à disciplina. E a resposta foi:
– “Se eu soubesse que o nível de vocês era tão baixo, não teria vindo aqui dar aulas”.
Quem mais ousaria fazer alguma pergunta? Aquela, naturalmente, era a defesa prévia do professor, para que os alunos não formulassem outras questões. E, assim, ele ficaria livre para desenvolver o conteúdo da forma que lhe conviesse. Sem participação.
Daí a importância de saber ouvir os alunos. A sala de aula é um lugar para ouvir, muito mais do que falar. Quem fala muito, não tem tempo de pensar, nem de ouvir. Sabe-se da autonomia do professor em sua sala de aula, portanto, não é preciso esperar decisões que venham de cima. Muito menos se justifica colocar a culpa na direção ou nos coordenadores pedagógicos. Usemos, portanto, de nossa criatividade e tenhamos coragem de ousar e criar formas novas de conduzir a turma à aprendizagem. O mais importante, é que, todos os dias os alunos aprendam mais. Nosso papel principal é facilitar o processo de aprendizagem.
Fonte: http://info.geekie.com.br/sala-de-aula/?utm_campaign=LMD-SLS-RTT-CUS-2015&utm_source=hs_email&utm_medium=email&utm_content=31053957&_hsenc=p2ANqtz-_zfcOMrqho-d2jqnYSFlLEi_kpovKKkQQTnDHDo7tAcsA4O3DNHm0-CIJZM1dHLQzgLxZVrxp0x2RZmKwaA5oClPZazEXftBmXY3dzJ9CHF25Rizs&_hsmi=31053957

segunda-feira, 23 de maio de 2016

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: FORMATIVA OU SOMATIVA?

Articulação pedagógica e prática de intervenção para subsidiar professores no apoio à recuperação da aprendizagem.

Articulação pedagógica: o papel do professor coordenador

Avaliação formativa

O vídeo traz à tona um tema bastante importante: o significado das avaliações desenvolvidas nas escolas. A partir dele, são expostas algumas informações e opiniões sobre o que caracteriza os diferentes tipos de avaliação, bem como seus objetivos principais.

Avaliação com foco na aprendizagem

É im­por­tante res­saltar que toda pro­posta de ava­li­ação deve ter ob­je­tivos claros e pre­vi­a­mente de­fi­nidos pelo pro­fessor. São esses ob­je­tivos que de­ter­mi­narão os itens que vão compor os ele­mentos a serem ava­li­ados, seja em ava­li­ação di­ag­nós­tica ou for­ma­tiva.

Elaboração de itens para avaliação
Para avan­çarmos mais em nossa com­pre­ensão, você pode con­sultar o do­cu­mento Guia de Ela­bo­ração e Re­visão de Itens do Inep. Dis­po­nível em http://www.if.ufrj.br/~marta/enem/docs_enem/guia_elaboracao_revisao_itens_2012.pdf
Ele traz al­guns as­pectos sobre a for­mu­lação de ques­tões ob­je­tivas, que devem ser con­si­de­rados para ela­bo­ração de ques­tões ba­se­adas em com­pe­tên­cias e ha­bi­li­dades.

Finalidade da avaliação: competências e habilidades

O do­cu­mento Guia de Ela­bo­ração e Re­visão de Itens do Inep apre­senta uma pro­posta de ela­bo­ração de ques­tões ob­je­tivas que segue a mesma me­to­do­logia ado­tada na ela­bo­ração de itens da Ava­li­ação da Apren­di­zagem em Pro­cesso - AAP e do SA­RESP.

Avaliação como prática de intervenção

Ao montar si­tu­a­ções de in­ter­venção di­dá­tica é fun­da­mental ‘ma­pear’ o co­nhe­ci­mento prévio dos alunos, ou seja, fazer uso da ava­li­ação ao longo do pro­cesso de apren­di­zagem. Assim, o pro­fessor deve fazer uso de si­tu­a­ções de ava­li­ação di­ag­nós­tica em sua prá­tica, para, a partir delas, ela­borar pro­postas de in­ter­venção ade­quadas.

Pro­fessor, ao montar si­tu­a­ções de in­ter­venção di­dá­tica é fun­da­mental ‘ma­pear’ o co­nhe­ci­mento prévio dos alunos, ou seja, fazer uso da ava­li­ação ao longo do pro­cesso de apren­di­zagem.
Saiba mais...
A revista Nova Escola traz a reportagem “A avaliação deve orientar a aprendizagem” que sugere um quadro com alguns instrumentos de avaliação bastante diversificados. Ressaltamos que, para um bom entendimento da proposta do quadro, deve-se considerar que qualquer um dos instrumentos apresentados, se utilizados de forma isolada, podem gerar dúvidas quanto à pertinência da avaliação proposta.
Clique aqui para acessar a reportagem.
Acesse aqui para visualizar o quadro da reportagem.

Sintetizando...
As ava­li­a­ções for­ma­tivas e di­ag­nós­ticas são ins­tru­mentos para in­ter­venção nos pro­cessos de apren­di­zagem. Nesse sen­tido, é pre­ciso ter ob­je­tivos claros do que se quer acom­pa­nhar e se­le­ci­onar ou ela­borar ati­vi­dades cen­tradas nos as­pectos que pre­cisam ser mais de­sen­vol­vidos.
Um dos grandes de­sa­fios dos do­centes é jus­ta­mente este: ter cons­ci­ência das ha­bi­li­dades e con­ceitos que cada pro­posta apre­senta e dosá-los, de modo a po­derem, de fato, ser de­sen­vol­vidos pelos es­tu­dantes.


terça-feira, 17 de maio de 2016

5ª OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA

Etapa Oficinas nas escolas

As oficinas nas escolas representam a essência do trabalho do(a) professor(a) com vistas ao ensino dos gêneros textuais para os estudantes. Pretendem qualificar o processo de produção dos textos a serem enviados para o concurso.
Elas acontecem a partir das sequências didáticas propostas pela Olimpíada para os quatro gêneros textuais trabalhados no Programa. As oficinas estão publicadas no Caderno do Professor, disponível na Coleção da Olimpíada, compostos por áudios, vídeos, textos e jogos de aprendizagem relacionados aos conteúdos a serem trabalhados nas escolas.

Mobilização e divulgação

4 gêneros em cartaz

Ajuda o professor a aprofundar o gênero que vai ensinar e fornece recomendações para o planejamento do trabalho.


Folder informativo

Fornece informações sobre as etapas do concurso, premiações e outras informações importantes.
https://www.escrevendoofuturo.org.br/arquivos/5645/olp2016-folderguerrilha-parasite.pdf


Cronograma 5ª edição 2016


Lembrando que neste ano, a 5ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro está em andamento com o tema "O lugar onde vivo". O Programa criou os Percursos Formativos, um diagrama interativo que oferece autonomia para o educador escolher seu caminho de formação. Novas turmas dos cursos a distância "Sequência didática: aprendendo por meio de resenhas", "Caminhos da Escrita" e "Leitura vai, escrita vem: práticas em sala de aula" também são oferecidas ao longo do ano, além de diversos recursos didáticos interativos disponíveis no Portal.
Acompanhe as ações do Programa e participe! 

terça-feira, 26 de abril de 2016

PROJETO EPTV NA ESCOLA 2016


Projeto EPTV na Escola de 2016 propõe como tema:

 "O Brasil que eu vou ajudar a construir"


Concurso de redações chega a 17ª edição premiando alunos e professores. Projeto já teve a participação de 1,5 milhão de estudantes de SP e MG.


A décima sétima edição do projeto "EPTV na Escola" propõe que estudantes do interior de São Paulo e Sul de Minas reflitam sobre como contribuir para um país melhor no futuro. O tema do concurso de redações é "O Brasil que eu vou ajudar a construir".

O projeto envolve todos os anos cerca de 100 mil estudantes do último ano do ensino fundamental das redes municipal e estadual, escolas particulares, do SESI e EJA.

Os autores de textos selecionados pelas secretarias municipais de educação ou diretoria regional de ensino de cada município têm a oportunidade de visitar as sedes das emissoras em Campinas, Ribeirão Preto, São Carlos e Varginha. Os alunos podem conhecer os profissionais, visitar redações e estúdios e tirar dúvidas sobre como são produzidos os telejornais regionais. O roteiro de visitas será divulgado no site www.eptvnaescola.com.br a partir do dia 31/07/2016.

Cerca de 2 mil redações selecionadas em cada região serão avaliadas e os autores dos melhores textos serão premiados. Também há premiação para professores, diretores e escolas.

Consulte a íntegra no regulamento clicando aqui: http://projetos.eptv.com.br/eptvnaescola/

E assista ao vídeo de divulgação: 


segunda-feira, 25 de abril de 2016

A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO TEXTUAL


Praticar escrita e reescrita textual



As produções escritas na escola muitas vezes se configuram como um desafio para professores e alunos. Para que os alunos avancem em vários aspectos de suas produções escritas, não basta propor várias delas, diversificando gêneros e situações comunicativas, ao longo do ano. É preciso também propor e orientar reescritas, enfocando, em cada oportunidade, alguns aspectos textuais, linguísticos e discursivos.
 Leia a tirinha de Laerte (POSSENTI, 2005, p. 34 - baixe ao lado o material na íntegra). Caso nós “corrigíssemos” a grafia das palavras (em vez de “O Ringo Starr” trocar por “O Ringo está”, por exemplo), a tira perderia o efeito de humor, que faz um jogo de palavras com os nomes e as características dos integrantes da banda The Beatles.

Sírio Possenti, no fascículo Aprender a escrever (re)escrevendo, afirma que: 


Contudo, quando falamos em “seguir regras”, muitas vezes a escola se concentra apenas em regras de ortografia, pontuação, acentuação etc. As regras de uma produção textual dependem do gênero a ser produzido, da situação comunicativa criada, ou seja, é necessário observar se o texto atende sua função social e as intenções comunicativas dos interlocutores. Muitas vezes, a tão valorizada ortografia pode ser propositalmente alterada, a depender das intenções comunicativas do texto.


Muitas vezes nos frustramos porque acreditamos que, se já ensinamos um determinado conteúdo de ortografia, pontuação, acentuação, concordâncias etc., os alunos não poderiam errar em suas produções escritas. 

Possenti (2005, p. 15) destaca que “o conhecimento de regras (decoradas ou fora de contexto) não leva necessariamente ao acerto na prática. Muitos alunos acertam exercícios, mas erram quando escrevem textos”. Por isso, precisamos levar em conta que a escrita é uma prática social (e não uma junção de frases soltas dos exercícios de gramática) para propô-la em sala de aula.

Primeiro ponto: precisamos de práticas de produção textual que façam sentido aos estudantes. “Fazer sentido” significa, basicamente, que haja alguma motivação real para escrever o texto, embora, na escola, algum tipo de simulação seja inevitável. Basta pensar em nossas produções cotidianas − quando vamos escrever, temos uma motivação para isso: uma reclamação em um site relacionada a uma compra não recebida; um e-mail com dúvidas sobre um curso; um relatório sobre a última reunião de coordenação etc.


Também é preciso algum material (informações, fatos, opiniões) sobre o qual o texto possa ser escrito, ou seja, é preciso dar repertório aos alunos. Além disso, em muitos casos, nós pesquisamos, comparamos informações, fazemos anotações, tiramos fotos ou cópias, discutimos com conhecidos sobre o assunto... Ou seja, não escrevemos por escrever e também não escrevemos sobre “temas livres”, sem repertório ou função social, como é comum na escola.